Sociedade do esgotamento?
Nessa espécie de análise patológica da sociedade, Han nos mostra uma série de males que variam de acordo com as suas fases históricas.

Se o século passado foi marcado por doenças virais do bacteriológicas, o século XXI é caracterizado pela presença de distúrbios neuronais, como depressão, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), síndrome de Burnout, entre outros.
O século XXI é caracterizado pela presença de distúrbios neuronais.
A questão que ele aborda aos leitores é que nenhuma dessas doenças típicas de hoje é uma infecção, mas sim doenças causadas por excesso de positividade e, por isso mesmo, nenhuma técnica imunológica se mostra eficaz para combatê-las.
A onda do “sim nós podemos” predomina e se expressa na valorização de iniciativas e projetos.
Aqueles que não se enquadram nessa perspectiva são vistos como depressivos e fracassados. E o desejo na sociedade da performance é sempre maximizar a produção. No entanto, o tema desempenho não deixa de lado suas atribuições, não há interrupção nesse sentido.
Aqueles que não se enquadram, são vistos como fracassados.
E o resultado desse processo é a produção de uma série de doenças psíquicas, que surgem dessa “paradoxal liberdade” do indivíduo.
Isso porque o sujeito da performance não sofre um constrangimento externo que o obrigue a trabalhar, porém, ele mesmo se submete ao exaustivo trabalho. Na verdade, ele está sempre buscando sua “felicidade” a todo custo. Esse alto desempenho de felicidade que leva à exaustão.
Nós nos individualizamos tanto que nos esquecemos dos outros ou não temos paciência para entender os outros por reconhecimento.
Compreender é uma habilidade poderosa.